Conferência mundial contra as bases militares estrangeiras
Pimenta Negra | 05.03.2007 17:28 | Anti-militarism
Pela Abolição do Militarismo
http://www.no-bases.net/
http://pimentanegra.blogspot.com/
Conferência Internacional contra as Bases Militares Estrangeiras, organizada pela Rede Mundial «No-Bases» (International Network for the Abolition of Foreign Military Bases) entre 5 a 9 de Março em Quito, no Equador
Activistas, académicos e políticos de todas as regiões do mundo empenhados a favor da paz estão neste momento reunidos em Quito e Manta, no Equador entre os dias 5 a 9 de Março a propósito da realização aí da Conferência Internacional pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras espalhadas pelos quatros cantos do mundo.
95% das bases militares instaladas em território de outros países pertencem aos Estados Unidos da América, e os restantes 5% à França, ao Reino Unido, Índia e outros países. Apesar do ponto principal da reunião incida sobre a presença militar do exército norte-americano em muitos países do mundo, o objectivo da reunião é mais vasto e pretende analisar o «papel das bases militares estrangeiras e outras formas de presença militar estrangeira dentro da estratégia de dominação mundial e os seus impactos sobre a população e o meio ambiente.»
Outro objectivo da Conferência é formalizar e fortalecer a rede mundial «Não às Bases» que é integrada por 300 organizações civis de todo o mundo e que nasceu no seio do Fórum Social Mundial.«Esta é a primeira vez que a Rede articulada a nível electrónico se reúne fisicamente para potenciar a luta contra as bases a nível local e a nível global. Num mundo globalizado é necessário debater como uma Rede global põe fortalecer uma rede local e vice-versa e como se pode dar a articulação das lutas e resistências», afirma Anabel Estrella, coordenadora da Conferência.
A tarefa desta Rede de activistas é gigantesca se se tomar conta que os protestos pacíficos visam desafias a política belicista dos Estados Unidos, esse gorila das mil libras, como lhe chama o conhecido intelectual Noam Chomsky. Nesse desafio estam implicados milhões de pessoas de todo o lado que têm levado à organização e à realização de multitudinárias marchas e mobilizações contra a Guerra nos últimos 5 anos, desde que começou a Guerra do Iraque. Algumas dessas figuras estarão presentes na Conferência como é o caso da norte-americana Cindy Sheeham, do filipino Walden Bello, da mexicana Ana Esther Ceceña, de Lidesey Collen, da australiana Hannah Middletom, da professora portoiquenha Deborah Santana, do grego Athansios Pafílis.
A ideia é aquilatar da dimensão das bases militares estrangeiras no mundo. Dados já adiantados mostram-nos que em 2005 existiam 735 bases militares dos Estados Unidos distribuídas pelos cinco continentes. Essas bases representam um valor aproximado de 127.000 milhões de dólares. O total de pessoal militar residente nessas Bases totalizará 1.840.062, que é apoiado por 473.306 funcionário civis do Departamento de Defesa e 230.328 funcionário locais. Além disso, o Pentágono é o maior latifundiário do mundo uma vez que as suas Bases ocupam 12 milhões 726 mil e 669 hectares
Note-se que essas 735 Bases não incluem os chamados Postos avançados de Operações ou os Centros de Segurança Cooperativa, resultantes de acordos de acesso e cooperação assinados com os governos servis dos Estados Unidos e cujo número se eleva a mais de 1.000 locais em todo o planeta. A presença militar não consiste apenas em soldados armados, mas disfarça-se frequentemente sob a capa de missões de ajuda humanitária, missões médicas, missões de construção de escolas, etc.
.Na América Latina a base Howard no Panamá foi desmantelada e substituída por outras quatro bases: Compalapa em El Salvador, Reina Beatriz em Aruba, Hato Rey em Curazao y Manta no Ecuador. EM porto Rico existe a de Vieques, nas Honduras há a base de Soto Cano/palmerolas. A estas há a acrescentar a base de Guantánamo que os Estados Unidos ocupam na ilha de Cuba e que se tornou muito conhecida por nela estarem detidos alguns dos chamados inimigos dos Estados Unidos e sobre eles se praticar múltiplas formas de tortura e experiências. A isto deve-se acrescentar 17 radares distribuídos por diversos países latino-americanos como Peru e Colômbia.
A Conferência terminará com uma grande Marcha que sairá de Quito em direcção a Manta onde simbolicamente se realizará um acto público contra a bases norte-americana instalada na cidade, cujo porto foi inteiramente militarizado em prejuízo dos pescadores, para além da sua tradicional tranquilidade ter sido completamente destruída com a chegada dos militares norte-americanos em 2000.
Nota: Os dados foram recolhidos em «737 U.S. Military Bases = Global Empire», escrito por Chalmers Johnson
Para consultar o programa da Conferência e as dezenas de oradores que irão intervir:
http://www.no-bases.net/
Ver ainda:
http://alainet.org/active/15986
http://www.ecuador.indymedia.org/es/index.shtml
As Populações não querem Bases militares estrangeiras nas suas terras
OUTRO MUNDO É POSSÌVEL…se disseres BASTA às Bases Militares Estrangeiras!
Pimenta Negra
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